A taça erguia-se, entre majestosa e singela, sobre a rústica madeira da mesa rasteira no meu alpendre! Debrucei-me em sua direção e, antes de levá-la à boca, brinquei deslocando-a em círculos, entretida com os suaves movimentos do líquido rubi que, acariciou-me a alma entardecida com um aroma de cacau, pimenta e baunilha para, em seguida, beijar-me os lábios. Completei o momento sorvendo um pequeno gole, permitindo que o vinho entrasse em contato com as diferentes regiões da minha língua, pois cada uma capta um sabor distinto.
Era assim que, em alguns finais de tarde, eu me refugiava no jogo da percepção dos sentidos: eu, o silencioso abraço da brisa e minha taça de vinho.
Esta bebida que nos adormece e nos desperta veio abrindo espaço na história dos homens e sua presença se fez constante. No Auto Retrato de Munch, pousada sobre a mesa há uma garrafa de vinho. Em La Collazioni Dei Canottieri, de Renoir, a confraternização é regada a vinho. Pablo Neruda em seu Oda al Vino, dá ao dia e à noite a cor do vinho e lhe pinta os pés de púrpura, chama-o de sangue de topázio. Mário Quintana leva o vinho, para beber docemente com o mais velho e silencioso amigo. Fernando Pessoa diz que a vida é boa, mas que o vinho é ainda melhor, e Baudelaire descreve o cântico da alma desta bebida. E na mitologia? Ele está lá, junto ao deus Baco ou nas histórias de Dionísio. Diz a lenda que, certa vez, no harém do rei Jamshid (na Pérsia), uma das donzelas tenta se matar, ingerindo o suco das uvas contidas em uma das jarras, que espumavam e exalavam um cheiro estranho, por acreditar tratar-se de veneno. Ela não morreu, e em vez disso caiu num repousante sono, após ter sentido o êxtase da alegria. Ao saber disso, o rei ordenou que tal bebida fosse produzida em grande quantidade.
Pesquisadores datam o início do cultivo da uva, de há mais de 4000 anos, mas a localização no tempo, das primeiras produções de vinho, ainda é incerta, as quais, de métodos artesanais, com mínimas condições de higiene, e formas rudimentares de conservação, assim como embalagens precárias, vem evoluindo na sua elaboração, ao mesmo tempo que, as formas da garrafa são mais elaboradas, e as rolhas mais fortes.
Escavações na Turquia, na Síria, no Líbano e na Jordânia, indicam a presença das uvas, já na Idade da Pedra, cerca de 8000a.C, embora este dado se refira às uvas selvagens e não ao seu cultivo. A época em que o homem passou de nômade a sedentário, e por isso adquiriu o hábito de plantar, coincide com a data das sementes de uva (classificadas pela marcação de carbono), encontradas na Geórgia, que são definidas como sendo de plantio, porque estas diferem das selvagem, que não possuem os elementos necessários, (como a capacidade de armazenar açúcar na proporção de 1/3 do seu volume) para a confecção do vinho.
A Palestina empreendia-se no cultivo e na seleção de vinhas da melhor qualidade, para a elaboração de uma gama de vinhos com grande reputação.
Os vinhedos prosperavam à margem do Golfo Pérsico, dos Mares Cáspio, Negro e Egeu. Floresce no Egito e se propaga até à Europa. A cultura da uva é empreendida na Grécia, nas ilhas sob o domínio do Rei Baco, e os vinhos aqui produzidos são levados aos portos do Mediterrâneo, às vezes com preços exorbitantes, especialmente em Roma, onde o seu consumo chegou a ser proibido para as mulheres, devido ao excesso tomado por alguns consumidores, e seus efeitos, considerados não morais.
A expansão desta cultura se deu de tal forma, que causou uma superprodução na Península Ibérica, e uma conseqüente queda de preços. Pressionado pela crise, o Imperador Domiciano, ordenou que fossem queimadas as vinhas de origem dos vinhos de baixa qualidade, o que não impediu que a cultura do vinho continuasse sua progressão, principalmente com a grande contribuição da Igreja, a qual passou a fazer da viticultura, uma forma de aumentar o seu tesouro, abastecendo monarcas, e altas autoridades de países vizinhos.
Já fomentada em larga escala pelo clero, ao redor dos monastérios, e em seguida pela nobreza, ao redor dos castelos, a cultura de vinhedos atinge o interior das cidades, onde são controlados pela burguesia(senhores feudais).
Os vinhedos prosperavam à margem do Golfo Pérsico, dos Mares Cáspio, Negro e Egeu. Floresce no Egito e se propaga até à Europa. A cultura da uva é empreendida na Grécia, nas ilhas sob o domínio do Rei Baco, e os vinhos aqui produzidos são levados aos portos do Mediterrâneo, às vezes com preços exorbitantes, especialmente em Roma, onde o seu consumo chegou a ser proibido para as mulheres, devido ao excesso tomado por alguns consumidores, e seus efeitos, considerados não morais.
A expansão desta cultura se deu de tal forma, que causou uma superprodução na Península Ibérica, e uma conseqüente queda de preços. Pressionado pela crise, o Imperador Domiciano, ordenou que fossem queimadas as vinhas de origem dos vinhos de baixa qualidade, o que não impediu que a cultura do vinho continuasse sua progressão, principalmente com a grande contribuição da Igreja, a qual passou a fazer da viticultura, uma forma de aumentar o seu tesouro, abastecendo monarcas, e altas autoridades de países vizinhos.
Já fomentada em larga escala pelo clero, ao redor dos monastérios, e em seguida pela nobreza, ao redor dos castelos, a cultura de vinhedos atinge o interior das cidades, onde são controlados pela burguesia(senhores feudais).
O vinho é o brindar da vida, do laço da amizade e o aconchego na solidão!
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