domingo, 8 de maio de 2011

O Morango, entre a cor e o sabor

Você já parou para pensar como seria a vida sem as cores, ou apenas em preto (a ausência de cor) e branco (a mistura de todas as cores)?
A sensação que tenho é de que ela seria desprovida de emoções, e nós não passaríamos de mecanismos que transitam entre dois opostos sem definição de forma, espaço e tempo.
Há alguns anos assisti ao filme Pleasantville – A Vida em Preto e Branco, dirigido por Gary Ross, onde um jovem casal de irmãos, a partir de um toque no controle remoto da televisão é, de repente, transportado para a realidade de um seriado que o rapaz costuma assistir avidamente, e cujo enredo se passa em Pleasantville, uma pequena cidade repleta de normas proibitivas (entre elas, os livros) e onde todas as coisas, vivas ou inanimadas, se resumem à variação dos tons entre o preto e o branco.  Os dois jovens, cada um do seu jeito, acabam imprimindo aos habitantes uma série de emoções, através do rompimento das regras ali estabelecidas, e isto faz com que as cores comecem a surgir. É curioso reparar que primeiro vem o vermelho da rosa, da maçã ou dos lábios de uma dona-de-casa.
E por quê o vermelho? Talvez porque a ele está associada a propriedade estimulante. Em 1790, Johan Wolfgang von Goethe, um escritor alemão que também se dedicou às ciências, inicia um estudo sobre as cores, e atribui esta característica ao tom rubro.
E falando em vermelho na área gastronômica, qual o primeiro alimento que você visualiza? Eu vejo morangos! Suculentos morangos, sedutores na forma, na cor e no sabor (na verdade, o fruto são aqueles pequenos grãos amarelos ou pretos, localizados na superfície da parte vermelha).
Tenho em minhas mãos uma pequena taça de vidro que deixa transparecer a rubra cor, intermediada por pequenos e verdes desenhos estrelados. São as folhas que o prendem à haste. Gosto de deixá-las para poder segurá-las e, em pequenas mordidas, degustar a textura macia desta fruta. Aceita uma? Tome em sua mão o formato de coração vestido com a intensidade do vermelho, e leve-o lentamente à boca, sentindo primeiro o aroma silvestre, para depois saborear o agridoce que dele se desprende!
Não é maravilhosa a natureza, que nos presenteia com esta sutil mistura entre o majestoso e o singelo? Considerado a fruta símbolo de Vênus, associado ao romantismo e ao erotismo, fascinante aos olhos das crianças, o morango é, simplesmente... fascinante!

Nenhum comentário:

Postar um comentário